26.12.10




Suponha que um anjo bata à sua porta. Não se espante: é final de ano e tradicionalmente, como os balões de junho, esta data é propícia ao aparecimento de anjos.

(...)

Não, não pergunte nada. Pense apenas que, se um anjo bateu exatamente à sua porta nesta época do ano, e se tão exato entrou e sentou à sua frente, ninguém melhor do que ele saberá, com exatidão, o que fazer. Então espere.

(...)

Suponha que você tenha terminado de ler este texto. Suponha que você não acredita em anjos. Suponha que você joga o jornal de lado aborrecido e assim nesse movimento de folhas voando, voa também entre elas uma pena pelo ar. Branca, leve, inconfundível. Que estranho, você pensa, parece de anjo. É neste momento que alguém bate à sua porta.


***
Caio .F

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- E o que você faz com as cartas que escreve?
- Guardo. A sete chaves. Um dia talvez possa
entregá-las pessoalmente.

Caio F.